DEUSA DURGA E O PRINCÍPIO FEMININO CÓSMICO

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Deusa Durga e o princípio feminino cósmico

A Deusa Durga é o Princípio Feminino Primordial. O aparecimento da Deusa Durga é o aparecimento de Prakriti – a Natureza, Sua Forma é a Shakti (Energia Feminina Cósmica), a Mãe do Universo, a Potência Geradora.
Todos os organismos existentes no Universo surgiram da Mãe Divina, e daí Ela ser chamada Jagadamba (a Mãe do Universo ou Criação). Ela é o aspecto feminino do Senhor Shiva, é a potência feminina que organiza o caos define possibilidades, e manifesta a vida no universo.
É a força que gera e concretiza a Vontade de Deus Pai como Criador, Mantenedor e Transformador, e manifesta todas as formas pelas quais a vida se expressa, pulsa e vibra.
A Deusa Mãe Durga também é conhecida por outros nomes como: Parvathi, Kali, Uma, Gauri, Maheshivari etc. Mas, apesar de ter tantos nomes, Ela é única na Sua essência, atuação, manifestação e poder.
Ela é uma Deusa multidimensional cujo poder abrange muitos mundos, tem muitos nomes, muitas personalidades, aspectos arquetípicos e ações multifacetadas. Como Mahishasura, Ela é destruidora do mal; como Sati, Ela é fidelidade e renúncia. Por amor e solidariedade a Shiva (a energia transformadora), tudo enfrenta. Sati, por amor solidário a seu esposo divino, chega a se deixar consumir pelas chamas na pira ardente, porque não suporta ver Shiva, seu amado, ser destratado durante um ritual, onde todos os deuses foram convocados, exceto ele.
Com isso, Sati provoca a ira do seu pai, Daksha, e a revolta destruidora de Shiva, conforme é narrado no Bagawatam (escritura sagrada hindu). Essa narrativa nos ensina que a entrega ao divino deve ser ilimitada.
Como Kali, Ela se apresenta negra como a escuridão da noite, é o humos da terra fértil, e é onipotente, justiceira, guerreira terrível e força avassaladora contra o mal e as iniquidades dentro e fora de nós.
Kali é a potência do Feminino que elimina demônios internos e externos e tem como única vestimenta uma guirlanda feita de caveiras, exemplificando a transitoriedade da vida. Kali expõe a Verdade e destrói falsos pudores e padrões impostos por falsos valores.
Como Parvati, Ela é doce e serena, compreensiva, é a potência acolhedora e compassiva, a fiel e amorosa e inseparável consorte do Senhor Shiva. Ela permanece sempre ao lado esquerdo d’Ele nos picos brancos e congelados do Monte Kailash no Himalaya como complemento incondicional do Seu poder.
Ela também é Amba (Mãe Protetora), Jagaddhatri (Sustentadora do Universo), Tara (Estrela Refulgente que guia os caminhos dos seres humanos em direção à Luz), Ambika (Mãe Carinhosa que perdoa e indica soluções), Annapurna (Doadora de Alimento, Nutriz do corpo e da alma). Todas são representadas como mulheres belas, ricamente vestidas e adornadas com joias em profusão, representando fartura, prosperidade e generosidade.
A Deusa Mãe Durga representa o poder de ação do Ser Supremo (o Poder Cósmico) que revela a espiritualidade, inspira a ética e preserva a ordem moral e a retidão de propósitos na criação. Seu poder faz com que todos os reinos da natureza cumpram seu dharma, a função para a qual foram criados e liberta de karmas (ações) negativos, frutos da ignorância daqueles que se propõem honestamente a superar seus defeitos e preconceitos. Durga também é considerada a expressão máxima da Mãe Divina.
Protege a humanidade do mal, da miséria e das doenças, destruindo energias negativas (forças maléficas) como egoísmo, egotismo, ciúmes, intolerância, inveja, ira, ódio, dissimulação, disputa e outras manifestações do ego personalidade.
A adoração à Deusa Durga é muito popular entre os hindus, a Divina Mãe é um dos principais pilares de sustentação da fé hinduísta. Existem muitos templos dedicados à adoração da Deusa Durga e de todos os demais aspectos da Divina Mãe, inclusive Bhárata, a Mãe Índia, tem seu templo em Benares e é venerada como terra sagrada (o equivalente à Pacha Mama dos incas, quéchuas e aimarás sul-americanos).
Lakshmi é também um dos mais adorados aspectos da Mãe Divina, é a expressão da beleza, da harmonia, do esplendor do feminino. É a protetora e fiel consorte de Vishnu, a energia mantenedora da vida. Lakshimi é a provedora da harmonia no lar e na vida, da beleza física e espiritual, saúde e prosperidade, promove abundância de realizações materiais e espirituais, é a responsável pela manutenção do sonho de Vishnu, a Maya que resulta na manifestação da vida.
Enquanto Vishnu dorme e sonha, Ela acaricie seus pés para que Ele não desperte do seu sonho e não aconteça a destruição da criação. É representada como uma linda mulher coberta de joias sentada ou de pé sob um lótus aberto; vestida de vermelho e dourado e vertendo moedas de ouro pelas mãos.
Ganesha, o discernimento, a inteligência cósmica e a Força que elimina os obstáculos internos e externos, está sempre com Ela. Saraswati ou Vach é o Verbo, o Som criador. É a consorte de Brahma e o aspecto da Shakti (O Princípio Feminino Cósmico) que elimina a ignorância e concede brilho a inteligência, intuição, é a patrona das artes e da criatividade transformadora inspirada pelo Bem, é a senhora do conhecimento intelectual e espiritual.
Saraswati é o aspecto da Shakti que promove revelações. É representada como uma linda mulher, vestida de branco e dourado, ricamente adornada com joias, sentada num cisne branco e tocando a “vina”, um instrumento de cordas que emite o som do OM, o Som Primordial, o Pranava, aquele que é eternamente louvado e renovado. Cada um desses aspectos da Deusa é adorado durante o festival por três dias totalizando nove noites, NAVARATHRI.
Nas Suas estátuas e imagens impressas em gravuras, a Deusa Durga é representada simbolicamente como uma linda mulher, adornada com joias magníficas e vestida com roupas de seda vermelhas e bordadas de dourado resplandecendo e emanando poder. Ela possui 18 braços carregando vários objetos nas mãos. Para cada objeto que Ela carrega nas mãos existe um significado simbólico específico, que enfatiza seus poderes. Nas suas representações ela carrega as égides de Shiva evidenciando ser sua extensão feminina.
A cor vermelha simboliza ação e as roupas vermelhas significam que Ela está sempre em movimento destruindo as forças do mal e protegendo a natureza e a humanidade de dores e sofrimentos causados pela influência da ignorância que resulta em atuações malignas.
Mãe Durga é iluminada e resplandecente como a Lua, monta o leão ou o tigre, seu veículo animal (significando domínio sobre o Ego inferior e as emoções instintivas, poderosas e selvagens). Carrega em suas mãos várias armas, suas égides (significando Sua prontidão de guerreira para destruir o mal a qualquer momento), e possui o brilho intenso do fogo divino destruidor e transformador. Durga tem o poder de revelar onde a divindade interna se oculta e propiciar o encontro da alma com sua origem cósmico-estelar.
Jay Durga Jay Jay
Vitória à Divina Mãe!
Marilu Martinelli
Fonte:http://www.gnosisonline.org/mulher-gnostica/deusa-durga-e-o-principio-feminino-cosmico/
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