TANTRISMO : OS CINCO ASPECTOS DA MÃE DIVINA

Os cinco aspectos da Mãe Divina

Recordemos o signo do infinito, o 8 estendido horizontalmente e igualado a um 5; o que dá literalmente: Infinitivo igual a cinco. Quer dizer: o infinito é igual à Pentalfa, à Vaca Inefável das cinco patas, à estrela de cinco pontas, ou pentágono regular e estrelado, que deteve Mefistófeles quando acudiu à evocação bruxesca do Doutor Fausto…
Definir estes cinco aspectos é indispensável para o bem de todos e de cada um de nossos estudantes:
1. A Imanifestada Kundalini.
2. Ísis inefável, casta Diana (Sabedoria, Amor, Poder).
3. A Hécate grega, a Prosérpina egípcia, a Coatlicue asteca (a rainha dos infernos e da
morte. Terror de amor e lei).
4. A Mãe Natura particular individual (aquela que criou nosso corpo físico).
5. A Maga Elemental Instintiva (aquela que originou nossos instintos).
O vaqueiro, o condutor da vaca sagrada, pode e deve trabalhar no magistério destes cinco poderes da pentalfa…
Solenemente, declaro com ênfase o seguinte: Eu trabalho diretamente com os cinco poderes da Vaca Sagrada.
Ilustrar, esclarecer, ensinar sobre a pentalfa, é um dever, porém, prefiro fazê-lo com relatos vividos:
Primeiro Relato
Dizem que entre o sublime e o ridículo não há mais que um passo, e isto é axiomático.
Recordai, por um momento, as bacantes, quando estavam no período de seu furor orgiástico.
Belezas femininas polarizadas positivamente com a onda dionisíaca, ninfas dos bosques e das montanhas perseguidas pelos silenos lascivos…
Vede, agora, as mênades ridículas, negativamente polarizadas com a onda de Dionísio…
Bailarinas desenfreadas no furor de sua loucura sagrada. Mulheres “hippies” da antiga Grécia…
Fêmeas prostitutas excitadas pelas drogas, em plena embriaguez dionisíaca…Os sacrifícios humanos e de animais as faziam ainda mais perigosas…
Foram as mênades luxuriosas que mataram Orfeu e a Lira maravilhosa caiu sobre o pavimento do templo, feita em pedaços…
Uma vez relatava a meus amigos cômicos episódios relacionados com um passado boêmio…
Obviamente, não podiam falar em tal comicidade o fruto fermentado da videira e as bacantes no cúmulo de seu furor orgiástico… Ridículas cenas daqueles tempos idos, em que eu andei pelo mundo, este do Kali-Yuga, como bodhisatva caído…
Entretanto, existem momentos estelares da humanidade. Um recordatório cósmico se faz, em verdade, muito necessário…
Fora do veículo físico, em corpo astral, sob zona tridimensional de Euclides, tive de entrar no mundo soterrado… O que ocorreu depois foi espantoso em grande estilo: o que ali vi, na horrível região submersa, foi mesmo que antes viram os Hoffman, os Edgar Poe, os Blavatsky, os Bulwer-Lytton de todos os tempos; o mesmo que nos pinta Espronceda com seus coros demoníacos, com as angústias do poeta, com suas vozes discordes dos que levam sem rumo a nave da vida, fiando-se, loucos, do vento das paixões e do tenebroso mar da dúvida no bem obrar, dos que, fatais, desposam com o destino…
Dos que, orgulhosos, querem alçar torres de Babel de ambições néscias; dos que mentem; dos que combatem por mundanas glórias; dos que se enlodam no prazer da orgia; dos que cobiçam o ouro; dos ansiosos que odeiam o trabalho fecundo e criador; dos malvados, dos hipócritas e demais vítimas do Proteu do egoísmo, enfim…
Apareceram garras, dentes, cornos, trombas, aguilhões, beiços, caudas, asas dentadas, dilacerantes anéis que ameaçam aniquilar-me qual ínfimo verme…
Aos meu ouvidos mágicos chegaram, nesses momentos, muitos sons horripilantes: alaridos, uivos, sibilos, relinchos, chiados, mugidos, grasnidos, miados, ladridos, bufares, roncos e crocitares.
Submerso me encontrei no lodo de tanta miséria; a angústia apoderou-se de mim; aguardava, ansiosamente, um bálsamo para sanar meu dolorido coração…
Não eram vãs, não, as elocubrações desses grandes videntes do astral que se chamaram alquimistas, cabalistas, ocultistas, esoteristas, iogues, gnósticos ou simplesmente poetas.
De repente, algo insólito acontece além das lamacentas águas do Aqueronte: gira sobre seus gonzos de aço a horrível porta que dá acesso à morada de Plutão…
Intensamente emocionado, estremeço, pressinto que algo terrível aconteceu. Não estou equivocado… Vejo-a! É ela! A Imanifestada Kundalini transpôs o umbral onde moram as almas perdidas…
Magnífica Madona, excelente, extraordinária e terrivelmente divina, acerca-se de mim com passo magistral. Não sei o que fazer; estou confuso; sinto temor e amor simultaneamente…
Recordatório cósmico? Recriminação? Fala a Adorável com voz de paraíso, bendiz-me e, depois, continua seu caminho como quem vai para as espantosas muralhas da Cidade de Dite.
No fundo da minha Consciência senti, nesses momentos, como se Ela quisesse também ajudar a outros que moram em torno da cidade da dor, onde já não poderemos entrar sem justa indignação…
Olhando desde a alta torre de ardente cúspide, contam que viu Dante aparecer, de improviso, as três Fúrias infernais, as quais, segundo se diz, tinham movimentos e membros femininos…
Tudo isto o recordei instantaneamente; de modo algum queria eu – mísero mortal do lado da terra – converter-me num habitante a mais da cidade da dor.
Afortunadamente, tive a imensa dita de poder sair das entranhas do Averno para aparecer à luz do sol…
Outro dia, logo de manhã, alguém bate à minha porta: é um velho professor do ensino secundário…
Aquele bom homem me convida a uma festa de graduação. Sua filha concluíra os estudos com plexo êxito…
Impossível declinar seu convite! É meu amigo e até lhe devo certos favores. De modo algum estou disposto a depreciá-lo…
Depois de todos os conhecidos arranjos pessoais, Litelantes e minha insignificante pessoa que nada vale saímos de casa com o ânimo de chegar à morada do professor.
Muitas pessoas, elegantemente vestidas, nos receberam muito cordiais, na régia mansão…
Música deliciosa ressoava na habitação; pessoas alegres iam e vinham por aqui, por lá e acolá; ditosos casais dançavam sobre macio tapete.
Várias vezes meu esplêndido anfitrião veio até nós com o propósito de nos brindar o fermentado vinho… Eu vi uma e outra vez, muito de perto, as resplandecentes taças de fino bacará; entretanto, rechacei energicamente a Baco e suas orgias. Achava-me compungido de coração…Meu anfitrião se tornou cáustico, incisivo e até um pouco ferino.
Inquestionavelmente, ele se converteu em meu pior inimigo. Supôs, equivocadamente, que eu fazia um desaire à sua festa…
Mais tarde, propagou, contra mim, diversas mentiras difamatórias. Lançou, contra minha insignificante pessoa, todo o veneno de suas críticas…
Não contente com tudo isso, apelou para a calúnia pública, acusando-me ante os tribunais de justiça de supostos delitos que ainda ignoro…
Aquele cavalheiro de outrora morreu um pouco mais tarde, num desgraçado acidente automobilístico.
Hoje em dia penso que naquele festim procedi, certamente, como qualquer intonso; faltou-me diplomacia.
Existem convidados em todas as salas do mundo que sabem brindar com o diabo. Passam a noite inteira com uma taça na mão e se defendem maravilhosamente.
Simulam beber cada vez que há um novo brinde, mas na realidade não bebem. Burlam do demônio do álcool…
Segundo Relato
Vamos, agora, a um novo relato muito singular, no qual não falaremos de festins maravilhosos nem de banquetes a Heliogábalo…
“Que descansada vida
a do que foge do mundano ruído
e segue a escondida
senda por onde têm ido
os poucos sábios que no mundo têm sido!”
“Que não lhe enturve o peito
dos soberbos grandes o estado,
nem do dourado teto
se admira, fabricado
do sábio mouro, sem jaspes sustentado!…”
Casta Diana, nossa Divina Mãe Interior, senhora da Sabedoria, do Amor e da Força
Vênus caçadora, descendo dos altos cumes, com o propósito de auxiliar seu filho Eneias, o herói troiano que desembarcou nas terras da Líbia, me traz recordações insólitas…
Ísis, Adônia, Tonantzin (o segundo aspecto da minha Mãe Divina Kundalini), veio a mim mais veloz que o sopro do Euro…
Não tinha um rosto próprio de um mortal, possuía uma beleza impossível de definir com palavras, parecia irmã de Febo Apolo…
Eu me vi em seus amantíssimos braços imaculados. Parecia a adorável uma “dolorosa”, como aquela do bíblico Evangelho crístico…
Tinha fome e me deu de comer, sede e me deu de beber; enfermei e me curou. Impossível esquecer suas palavras: ” Filho meu, tu, sem mim, na hora da morte, estarias completamente órfão.”
Logo continuou dizendo: “Tu, sem mim, estarias no mundo totalmente só. Que seria de tua vida sem mim?”
Posteriormente repeti: “Certamente, sem ti, Mãe Divina, eu estaria órfão. Reconheço plenamente que sem a tua presença, na hora da morte, me acharia realmente só.”
A vida se torna um deserto quando se morreu em si mesmo. Sem o auxílio da nossa Divina Mãe Kundalini, em toda a presença de nosso Ser, encontrar-nos-íamos, então, interiormente órfãos
Ó Mãe adorável! Tu manifestastes o prana, a eletricidade, a força, o magnetismo, a coesão e a gravitação neste universo.
Tu és a divina energia cósmica, oculta na ignotas profundidades de cada criatura.
Ó Maha Saraswati! Ó Maha Lakshmi! Tu és a esposa inefável de Shiva (o Espírito Santo).
Terceiro Relato
A lenda da Vaca Celeste, cujo leite é ambrosia, vida e imortalidade, não é, de modo algum, algo sem embasamentos sólidos, e nós, trabalhamos muito seriamente com o magistério dos cinco aspectos de Devi-Kundalini. Aos gnósticos nos agrada muito alimentar-nos com as maçãs de ouro, ou de Fréria, que dão a imortalidade aos deuses…
Bebemos, ditosos, o licor do soma ou bíblico maná, com o qual nos sentimos tão reconfortados e vigorosos como nos melhores momentos de nossa florida juventude…
Certo evento cósmico transcendental, divinal, vem à minha memória nos instantes em que escrevo estas linhas.
Sucedeu, há já muitos anos, que, numa noite de plenilúnio, fui transportado a um monastério extraordinário da Fraternidade Universal Branca…
Quão feliz me senti na mansão do amor!…Certamente não há nenhum maior prazer do que aquele de sentir a alma desprendida…Nesses instantes, o tempo não existe, o passado e o futuro irmanam-se dentro de um eterno agora.
Seguindo meus amigos por régias câmaras e galerias, chegamos até um pátio fresquíssimo, do qual era uma miniatura o dos Leões de Alhambra.
Encantador pátio no qual murmuravam, entre flores nunca vistas nem ouvidas, vários esguichos de água como aqueles da divina fonte Castália…
Entretanto, o melhor luzia no centro do pátio e o contemplei com místico assombro de penitente e anacoreta…
Divina Mãe Morte
Quero me referir, de forma enfática, à Pedra da Verdade. Esta tinha, então, humana forma divinal…
Prodígio sexual da bendita deusa Mãe Morte, maravilha funeral, espectral…
Terceiro aspecto da minha Divina Mãe Kundalini, pétrea escultura viva, tremenda representação disso que tanto assusta aos mortais…
Sem rodeios confesso, ante os divinos e ante os humanos, que eu abracei a terrível deusa Morte em plena embriaguez dionisíaca…
Era indispensável reconciliar-me com a Lei. Assim mo haviam dito os irmãos da Ordem de São João, esses veneráveis que em si mesmos haviam já realizado o mistério hiperbóreo…
Concluído aquele festival cósmico, tive então que me reunir com algumas damas e cavaleiros do Santo Graal no refeitório do monastério.
Com muito segredo e grande entusiasmo, todos os irmãos comentamos, durante a ceia, o extraordinário acontecimento.
Inquestionavelmente, as pedras animadas que na antiga Arcádia modificaram radicalmente a forma de pensar do sábio Pausânias podem ser classificadas em duas classes: ofitos e sideritos, a pedra-serpente e a pedra-estrela.
Eusébio, especialmente, nunca se separava de seus ofitos, que levava em seu seio, e recebia oráculos deles, proferidos por uma vozinha que se parecia a um tênue sibilo…
Arnóbio conta que sempre que encontrava uma pedra dessas, não deixava de lhe dirigir alguma pergunta que ela contestava com uma vozinha clara e aguda…
Hécate, Prosérpina, Coatlicue, em viva pedra animada, me pareceu como se houvesse brotado do campo da morte ou de alguma tumba de Carnac.
Quarto Relato
O que o comum das pessoas conhece, atualmente, acerca do xamanismo é muito pouco e ainda este pouco foi adulterado, da mesma forma que o resto das religiões não cristãs.
Sói ser chamado o paganismo da Mongólia sem razão alguma, posto que é uma das mais antigas religiões da Índia, a saber: O culto do espírito, a crença na imortalidade das almas e em que estas, após a morte, seguem apresentando as mesmas características dos homens a quem animaram aqui na Terra, ainda que seus corpos tenham perdido, pela morte, sua objetiva, trocando o homem sua forma física pela espiritual.
Dita crença, em sua forma atual, é retorno da primitiva teurgia e uma fusão prática do mundo visível com o invisível.
Quando um estrangeiro naturalizado no país deseja entrar em comunicação com seus invisíveis irmãos, tem que assimilar sua natureza, isto é, deve encontrar estes seres, andando a metade do caminho que deles o separa; e enriquecido, então, por eles, com uma abundante provisão de essência espiritual, dota-os ele, por sua vez, com uma parte de sua natureza física, para colocá-los, esta maneira, em condições de se poder mostrar, algumas vezes, em sua forma semi-objetiva, da qual de ordinário carecem.
Semelhante processo é uma troca temporal de naturezas, chamando comumente teurgia.
As pessoas vulgares chamam de feiticeiros aos xamãs, porque se diz que evocam os espíritos dos mortos com o fim de exercer a nigromancia. Porém, o verdadeiro xamanismo não pode ser julgado por suas degeneradas ramificações na Sibéria, do mesmo modo que a religião de Gautama-Buda não ser confundida com o fetichismo de alguns que se dizem seus sequazes, em Sião e Birmânia.
Inquestionavelmente, as teúrgicas invocações tornam-se mais simples e eficazes quando se opera magicamente com o corpo físico totalmente submerso na quarta dimensão.
Percorrendo para dentro e para cima a metade do caminho que dos seres queridos nos separa, podemos encontrar-nos com nossos mortos queridos cara a cara. Obviamente resultaria mais fácil, tudo isto, andando a totalidade do caminho.
Com o corpo físico submerso dentro da quarta coordenada, podemos, como Jâmblico, invocar os deuses santos, para conversar com eles pessoalmente.
Entretanto, é ostensível que necessitamos, com urgência máxima, de um ponto de apoio; uma alavanca que nos permita realmente saltar, com o corpo físico e tudo, para a quarta dimensão.
Cabe oportunamente citar, aqui, aquela famosa frase de Arquimedes: “Dai-me um pouco de apoio e moverei o universo.”
Já no oitavo capítulo deste livro falamos, com muito ênfase, sobre o agente mágico dos estados jinas. Quero referir-me, claramente, ao quarto aspecto de Devi-Kudalini. (Este é o ponto de apoio para a quarta vertical).
Nos instantes em que escrevo estas linhas, vêm à minha mente algumas lembranças, magníficas evocações divinais…
Aconteceu que, numa noite outonal, resolvi beber vinho da meditação na taça da perfeita concentração.
Sagrada Mãe Natureza
O motivo de minha meditação foi minha Mãe Natura particular, o quarto aspecto da Serpente Ígnea de Nossos Mágicos Poderes.
Orar é conversar com Deus, e eu conversei com a Adorável, suplicando-lhe com verbo silencioso que me levasse, com corpo físico, ao paraíso terrenal (à quarta dimensão).
O que depois aconteceu, na noite do mistério, foi assombroso: Assistido pela inefável, levantei-me do leito…
Quando abandonei minha morada e saí à rua, pude evidenciar que meu corpo físico havia penetrado na quarta dimensão…
Ela me levou aos bosques mais profundos do Éden, onde os rios de água pura da vida vertem leite e mel…
Virgem! Senhora de arborizados cumes! Tudo cala ante ti: a Ibéria inculta, o gaulês que, ainda morrendo, ardente desafia; e o sicambro feroz que, por fim rendendo as armas, humilhando, te respeita.
Adorável Madona minha! Pelos deuses que do alto do céu governam na Terra os mortais, imploro sempre teu auxílio…
O rosto da minha Mãe Natura era como o de uma beldade paradisíaca, impossível de descrever com humanas palavras…
Seu cabelo parecia com uma cascata de ouro, caindo deliciosamente sobre seus ombros alabastrinos.
Seu corpo era com o da Vênus mitológica; suas mãos, com dedos cônicos formosíssimos e cheios de gemas preciosas, tinham a forma crística…
No bosque conversei com a Adorável e Ela me disse coisas que aos seres terrenais não é dado compreender…
Sublime resplandecia minha Mãe no mundo etérico, na quarta vertical, na quarta dimensão…
Se, pois, nada produz alívio para o peito dolorido, nem mármores da Frígia, nem púrpura esplendente, melhor é que se refugie no seio delicioso de sua Divina Mãe Natura particular, individual…
Ela é a autora de nossos dias, a verdadeira artífice de nosso corpo físico…
Foi Ela quem, no laboratório humana, juntou o óvulo com o zoosperma para que surgisse a vida…
É Ela a criadora da célula germinal com seus quarenta e oito cromossomos…
Sem Ela não se teriam multiplicado as células do embrião, nem formado os órgãos…
Ainda que dobre sua alma o sofrimento, matem-te firme, ó discípulo! E entrega-te humildemente a tua Mãe Natura…
Quinto Relato
“Quero ver, nos confins da terrestre mansão, Oceano e Tétis, a quem devemos a existência.”
Os amores de Júpiter com a virgem IO, a qual foi transformada em bezerra celeste, ou a Vaca Sagrada dos orientais, para assim escapar das iras de Juno, é algo que tem mui profunda significação…
Daqui, pois, o primeiro Júpiter da teogonia grega, pai de todos os deuses, senhor do universo e irmão de Urano ou Ur-Anas, quer dizer, o Fogo e a Água primitivos; pois, é sabido, segundo o clássico, que no panteão grego figuram cerca de 300 Júpiteres.
Em seu outro aspecto de Jové, ou Iod-Heve, é o Jeová macho-fêmea, andróginos coletivos de Eloim dos livros mosaicos, Adam-Kadmon dos cabalistas; o Ia-Cho ou Inacho da Anatólia, que também é Dionísios, cuja onda vibratória tornou-se muito intensa com a entrada do Sol na brilhante constelação de Aquário…
Jesus, o Grande Cabir, jamais rendeu culto ao antropomórfico Jeová das multidões judaicas…
À Lei de Talião: “Olho por olho e dente por dente” do Jeová vingativo seguiu-se a lei do amor: “Amai-vos um aos outros como eu vos amei”.
Se com místico entusiasmo esquadrinharmos as Sagradas Escrituras, poderemos evidenciar claramente o fato palmário e manifesto de que em nenhum dos quatro Evangelhos figura o antropomórfico Jeová hebraico.
RAM-IO, Maria, a Divina Mãe Kundalini, acompanhou sempre o Adorável e aí a vemos no monte das Caveiras ao pé da cruz…
“Pai meu, perdoai-os porque não sabem o que fazem!” Exclama o Divino Rabi da Galiléia desde os cumes majestosos do Calvário.
Inquestionavelmente, o bendito Senhor de Perfeições só adorou a seu Pai que está em segredo, e à sua Divina Mãe Kundalini.
Em outras palavras, diremos: O Grande Kabir Jesus amou profundamente Iod-Heve, o divino macho-fêmea interior…
Iod é, certamente, a Mônada particular, individual de cada qual. O Shiva indostânico, o Arqui-hierofante e Arquimago, o primogênito da criação, o Velocino de Ouro, o tesouro do qual nos devemos apoderar depois de vencer o dragão das trevas.
Heve é o desdobramento de Iod, a divina esposa de Shiva, nossa Mãe Kundalini individual, a Vaca Sagrada de cinco patas, o mistério esotérico da pentalfa.
Júpiter e sua Vaca IO (iiiiiiooooo) guardam concomitância exata com o Iod-Heve, o divino casal interior de cada criatura.
Quatro aspectos da Vaca Sagrada de IO temos estudado. Continuemos, agora, com o quinto mistério…
Existem, no caminho esotérico, intervalos cósmicos transcendentes e transcendentais.
Depois de haver ingressado no Templo dos Duas Vezes Nascidos, tive de passar por um desses intervalos…
Quero me referir de forma enfática a uma suspensão sexual, a um período de abstenção que durou vários anos.
No ínterim, dediquei-me com exclusividade absoluta à meditação interior profunda…
Objetivo: dissolver o eu psicológico, o mim mesmo, o si mesmo, o qual é certamente um nó na energia cósmica, uma trava que devemos reduzir a poeira cósmica.
Compreender de forma íntegra cada um de meus defeitos psicológicos, pareceu-me fundamental; mas, eu quis ir um pouco mais longe pelo caminho da meditação.
Compreensão não é tudo. Necessitamos, com urgência máxima, inadiável, capturar o profundo significado daquilo que compreendemos.
Qualquer devoto do real caminho se pode ter dado ao luxo de compreender um defeito psicológico em todos os territórios da mente, sem que, por isso, tenha logrado a apreensão de seu profundo significado.
Tratando de compreender meus próprios defeitos em todos os recôncavos da mente, resolvi
converter-me em inimigo de mim mesmo.
Cada defeito foi estudado em separado e de forma muito ordenada. Jamais cometi o erro de querer caçar dez lebres ao mesmo tempo. De nenhuma maneira eu me queria expor a um fracasso.
A meditação se fazia exaustiva; tornava-se cada vez mais profunda, e, quando me sentia desfalecer, deixava a mente quieta e em silêncio, como que aguardando alguma revelação. Nesses instantes vinha a verdade, capturava isso que não é do tempo, o profundo significado do defeito compreendido de forma íntegra.
Depois orava, suplicava, rogava com veemência à minha Divina Mãe Kundalini que eliminasse de minha mente o agregado psíquico, o defeito psicológico em questão.
Assim, pouco a pouco, com esta didática, com este “modus operandi”, consegui, durante esta pausa sexual, eliminar uns cinqüenta por cento desses elementos subjetivos e infra-humanos que levamos dentro e que constituem o ego, o eu.
Entretanto, é evidente que tudo na vida tem um limite. Há escalas e escalas, graus e graus.
Este trabalho se fez espantosamente difícil quando tive que enfrentar os elementos infra-humanos mais antigos.
Inquestionavelmente, minha Mãe Divina necessitava de armas superiores. Lembrei-me da lança de Eros, o emblema maravilhoso da sexualidade transcendente; porém, encontrava-me numa pausa. Que fazer?
Sem dúvida, já me havia sido entregue um desiderato cósmico, e certo imperativo categórico me exigia descer, outra vez, à frágua acesa de Vulcano (o sexo); mas eu não havia compreendido.
Havia sido transportado às montanhas do mistério. Tinha visto em ação as terríveis forças do Grande Arcano.

Maga Elemental

Em vão lutei contra o imperativo categórico das Ondas Dionisíacas. Eram, certamente, espantosamente divinas, onipotentes…
Esses poderes sobrenaturais pareciam uma hecatombe apocalíptica. Senti como se tais forças pudessem fazer saltar a Terra em pedaços.
Quando quis buscar, indagar, inquirir, sobre a origem de tais forças e poderes sexuais, encontrei-me frente a frente com a Maga Elemental, com minha Divina Mãe Kundalini em seu quinto aspecto.
Certamente a havia visto belíssima, do tamanho de um gnomo, ou pigmeu; muito pequena…
Ela vestia branca túnica e longa capa negra que arrastava pelo solo. Sua cabeça estava coberta com uma touca mágica muito especial.
Junto a uma das colunas simbólicas da Maçonaria Oculta, a Adorável me havia ordenado uma nova descida à Nona Esfera (o sexo).
Desgraçadamente, eu havia acreditado que se tratava de alguma prova e por isso continuava em desobediência. Certamente estava lerdo na compreensão e isso me estava estancando.
Passado algum tempo de mortais lutas contra certo agregado psíquico muito infra-humano que resistia violento em desaparecer, tive de apelar para a lança de Longinus.
Não me restava outra solução. Apelei à eletricidade sexual transcendente. Supliquei à minha Divina Mãe Kundalini durante a cópula metafísica… roguei-lhe, ansioso para que empunhasse a Lança de Eros.
O resultado foi extraordinário. Minha mãe sagrada, armada, então com a lança santa, com a hasta divina, com o poder eletrossexual, pôde reduzir a poeira cósmica o monstro horripilante, agregado psíquico que em vão havia tentado dissolver longe do coito químico.
Assim foi como abandonei a minha pausa sexual e voltei à forja dos Ciclopes. Trabalhando com a hasta santa, consegui reduzir a poeira cósmica todos os elementos infra-humanos que constituem o eu.
O quinto aspecto de Devi Kundalini nos dá a potência sexual, a força natural instintiva etc.
Fonte:http://www.gnosisonline.org/tantrismo/os-cinco-aspectos-da-mae-divina/

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